sexta-feira, fevereiro 09, 2024


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Ren

Cherrygrove, Johto

Quarta-feira, 27 de abril


Eram quatro e pouca da manhã e Ren estava sendo arrastado pela correnteza. Tudo ainda estava escuro, não havia sinal sequer de sol nascendo pela próxima hora e lá estava ele, sendo puxado pela correnteza do rio que clivava a cidade de Cherrygrove em duas enquanto na outra margem do corpo de água estava sua mãe, parada como uma estátua, observando o filho dar braçadas atrás de outras contra a forte correnteza.

Seu Houndour, Styx, latia, sendo segurado pela coleira pela mãe de Ren que, calada, parecia ignorar os apelos do cão que via o dono lutar contra a força das águas em vão. Ele odiava aquilo, odiava muito, ele nem ia mais competir nas intermunicipais e havia pedido-a de tantas formas possíveis para sair em viagem com seu melhor amigo e agora estava sendo arrastado mais uma vez para nadar como se ele tivesse uma grande competição no dia seguinte. Sua mãe era uma megera sem coração.

— Nade até a margem, Renato! — gritou Sylvia, o rosto rijo e sem expressão como uma rocha.

Ele não queria, ele preferia ser arrastado pelo rio até chegar à Baía de Cherrygrove do que ter que dar mais uma braçada, mas ele não aguentava ver Styx guinchando e chorando sendo puxado pela coleira. Seu Houndour queria se soltar da coleira, mas não podia, a mão de Sylvia era firme e ela não se comovia com o pobre Pokémon implorando para ser solto e poder salvar seu dono, mesmo sendo um Pokémon de Fogo e por tanto não saber nadar.

Mesmo contra a correnteza, Ren bateu os braços e foi em direção à margem, o corpo doía, ele queria descansar. Queria desistir, mas ele tinha que fazer aquilo por Styx, ela deixaria seu Pokémon ir se ele chegasse do outro lado e o deixaria em paz pelo resto da semana.

É só hoje e eu vou ficar meses sem entrar em uma piscina, disse para si mesmo enquanto atravessava as águas, sentindo o leito do rio ficar mais próximo a cada impulso com os braços e pernas, ele estava se aproximando da margem.

Quando finalmente chegou, ele debruçou-se sobre o chão, ele estava ofegante. Sylvia, sisuda, olhou para o filho e soltou a coleira de Styx que veio correndo em debandada em direção ao dono, lambendo-o. O cão parecia feliz em vê-lo. Ren também parecia feliz, ao menos aliviado que Styx não estava debatendo-se na coleira enquanto estava nas mãos dela.

— Você levou um minuto e vinte e três segundos para fazer o trajeto de volta — a mãe puxou o cronômetro do bolso da calça — Está ficando mole… Seu desempenho anda caindo…

— Não me importo — ele murmurou.

— Mas deveria, Renato — disse a mãe, severa, seu tom de voz sempre o mesmo, de desprezo e desgosto, de desaprovação. — Você poderia estar indo para as intermunicipais, poderia conseguir uma bolsa como atleta caso algum olheiro de alguma das grandes universidades estivesse nas arquibancadas. Não pensa no seu futuro, Renato? Não pensa no que é bom para você?

Mas aquilo não era bom. Seus músculos doíam. Seu corpo doía. Ele queria estar na cama deitado, dormindo. Ele nem iria para a escola pela manhã e nem iria treinar, ele havia sido liberado, mas a sua mãe tinha outros planos.

— Mas eu vou sair em jornada, mãe — ele contra-argumentou.

Crianças vão em jornada — retrucou ela. — Elas saem para coletar insígnias sem valor algum, fitas frívolas ou para se gabar de terem enfrentado algo patético como a Batalha da Fronteira ou o PokéAthlon. Crianças com sonhos patéticos, sem nenhuma meta de vida, que jogam suas vidas fora a troco de nada.

Ela coçou a garganta.

— Você não foi feito para isso — ela continuou. — Eu já defini a sua vida, o que acontecerá a seguir, mas você sempre arranja um jeito de me decepcionar. Eu permiti que ainda tocasse aquela guitarra idiota; que estragasse seu cabelo pintando desta cor patética; deixei que continuasse amigo daquele mau elemento e que frequentasse o antro de imoralidade que é a casa dele, mas ainda assim você quer desperdiçar tudo pelo que me esforcei por você, Renato?

Ele não respondeu. Era melhor calar e consentir que argumentar com a teimosia de sua mãe.

— Eu permiti que saísse em jornada — disse ela — Mas se eu souber que está saindo da linha, você retornará para casa, entendeu?

Novamente ele não respondeu.

— Voltarei para casa — disse ela, limpando alguma coisa invisível da sua saia lápis enquanto caminhava em direção à escadaria que levava ao nível da rua — Esteja lá quando o sol nascer ou nem esteja…

— E as minhas roupas? — perguntou Ren — Não posso nem ao menos me secar com uma toalha?

— Seu desempenho em atravessar o rio de uma margem à outra foi humilhante — ela disse — Você voltará para casa vestindo isso e molhado. Vencedores têm espólios e privilégios, para perdedores apenas o pó e as cinzas.

E ela se foi deixando Ren às margens do rio com Styx. Ele bufou enquanto olhava para o céu que começava a ganhar os primeiros tons da aurora, já deveriam ser quase cinco. Ele estava exausto, moído, mas reunindo o pouco de forças que tinha ele se levantou e junto de Styx foram à escadaria usando apenas a bermuda de compressão e os óculos em torno do pescoço, fora os chinelos que ele havia deixado ali próximo da margem.

Ren não seguiu a mãe, talvez ele nem voltaria para casa aquele dia. Ele preferia passar o dia na casa de PJ que ficar mais um segundo na presença da sua mãe.

Caminhando pelas ruas de Cherrygrove ao lado de Styx, Ren evitava as ruas maiores e as janelas das casas, sempre indo pelas ruas de trás. Não era a primeira vez que ele era humilhado pela mãe daquela maneira, mas o que ele poderia fazer quando sua mãe era uma conselheira bastante influente na cidade? Sua mãe àquela altura poderia virar toda a situação para ela e fazer de si a vítima da história e ninguém se importaria com Ren.

Ele suspirou e caminhou até mais um quarteirão, ele estava longe da casa de PJ, mas ao menos sabia que na vizinhança havia um konbini que ele sempre ia quando tinha esses treinos repentinos na madrugada e era o único que funcionava vinte e quatro horas em Cherrygrove em que não daria nenhum problema ele entrar descamisado, apenas com uma bermuda de compressão e descalço.




Ele continuou caminhando até ver o estacionamento vazio exceto pelos carrinhos de compra esquecidos e um Raticate gordo que estava sentado numa lata de lixo roendo algo. Sentado de cócoras em um canto e fumando estava um rapaz loiro, da mesma altura que Ren, porém um tanto mais velho que ele: Viktor Stepanov.




Viktor, ou só Vitya para os íntimos, era um dos poucos amigos de Ren que não era PJ. Eles haviam se conhecido quando Ren e PJ haviam se apresentado num clube abrindo para outra banda. Vitya era o irmão do meio de Aleks, um garoto por quem ele tinha um crush gigantesco desde os doze anos, algo que ele nunca havia contado para Viktor já que era meio embaraçoso além de Aleksey atualmente ser um idol famoso e ser o cara mais hétero que ele conhecia, então nem rolaria nada entre os dois mesmo se Ren quisesse.

— Ei, Vitya!

O rapaz olhou para Ren e soprou um pouco de fumaça e apagou seu cigarro no meio-fio.

— Puta que pariu, pivete, de novo isso?! — ele revirou os olhos e levantou — Quando é que você vai aparecer cá vestindo algo que não seja uma sunga ou de bermudas?

— No dia que a minha mãe parar com as ideias malucas de querer que eu seja um nadador olímpico.

— Nadador olímpico é apelido, a tua mãe quer que você vá competir contra um Poliwrath — comentou Vitya — Vem logo, ainda bem que eu sempre trago roupas reservas por sua causa. Você tem que começar a devolver elas, viu?

— Suas roupas são confortáveis — ele respondeu — Tem algum problema eu tomar banho no vestiário dos funcionários? Eu tô fedendo a rio.

— Porra, a bruaca da sua mãe te fez nadar no rio Cherrygrove? O mesmo rio infestado de Quagsire?! — indagou incrédulo. — Aquela mulher pode ser conselheira na câmara municipal, mas isso não quer dizer que vai te impedir de pegar uma doença. Sua mãe por acaso tem parafusos a menos por deixar nadar naquele rio?

Ren acenou com a cabeça.

— Minha mãe é maluca — ele respondeu após bufar — Geralmente é na piscina municipal, mas ela perdeu a chave no escritório dela — ele deu uma tossida falsa — Eu que roubei e escondi no case da minha guitarra.

— Sua mãe é maluca, pêquêpê, viu — Vitya disse descontente — Vai lá, anda rápido. Minhas roupas tão no meu armário, anda logo, viu? Eu tenho de voltar pro meu expediente!

— Tá bom, tá bom — ele disse.

Ren entrou pelos fundos e foi ao vestiário dos funcionários, que era pequeno, mas dava para o gasto. Ele pegou uma toalha no armário de Vitya, que àquela altura nem cadeado havia mais por conta do costume de Ren vir ali para tomar uma ducha rápida após os treinos exaustivos sob supervisão de sua mãe.

O banho foi rápido, apenas para se limpar do que quer que havia naquele rio, ele havia pego algumas peças de roupa que Vitya havia deixado no armário e voltou para a parte de dentro do konbini onde Vitya estava operando o caixa. O amigo de Ren mexia no celular, distraidamente enquanto na televisão em frente ao caixa passava o noticiário.

O menino de cabelos fúcsia pegou um pacote de biscoito para Pokémon o que animou um pouco Houndour que amava aqueles petiscos, ainda mais aquele que era sabor picante, algo bastante apreciado por Pokémon do tipo Fogo. Ele também havia pego um onigiri, além de ter pegado um copo de gelo no freezer e enchido com suco de Rawst Berry e fora em direção ao caixa.

— Você sabe que está sem carteira, ?

— Poxa, Vitya, me quebra essa — implorou Ren — Eu sempre te pago!

— Cara, isso vai ser descontado do meu salário — argumentou o amigo — Que já não é lá grandes coisas. O Sr. Takasaki vai arrancar minha pele se souber que tô deixando clientes, ainda mais amigos meus, comprarem fiado aqui no konbini.

— Poxa, é só dessa vez, eu vou sair em jornada essa semana — disse ele — Eu te pago no sábado.

— Sábado é minha folga, Ren! É quando meu irmão vem para a cidade! — ele continuou — Aff, tá bom, mas é só dessa vez, okay?

— Você é o melhor! — ele disse em gratidão.

— E você é um oportunistinha minúsculo — devolveu Viktor — Por que somos amigos mesmo?

— Temos a mesma altura — lembrou Ren — E sei lá, você gosta da minha banda e bem, você é uma das poucas pessoas com quem consigo me abrir e ser eu mesmo.

Viktor deu um risinho.

— Bem, não é minha culpa se você só anda com o Pierce e não conhece outros caras gays além de mim — ele disse. — Poxa, você deveria sair mais comigo, tem um clube legal em Violet que abriu recentemente, o Darlington, você deveria ir, eu conheci um boy de Goldenrod lá.

— Minha mãe mal me deixa sair com o Pierce — ele se explicou — Quem dirá com você que é abertamente gay. Minha mãe é conservadora demais, cara.

— Infelizmente — ele suspirou — Mas me fala, já sabe o que vai fazer nessa jornada sua?

— Ainda não sei — ele respondeu, Ren ainda estava muito incerto de tudo — Mas só quero sair de casa o quanto antes. Quem sabe eu me descubro antes de ser mandado para alguma universidade a contragosto.

— Cara, quer um conselho de amigo? — perguntou Viktor e Ren acenou com a cabeça — Não deixa a sua mãe te impedir de ser feliz, ouviu? Você vai fazer dezoito anos em alguns meses, ninguém vai te obrigar a fazer nada do que você quer e bem, ninguém é obrigado a cursar a universidade — ele riu — Olha só para mim, tenho 19 anos e eu nunca pisei em um campus universitário na vida. Universidade e ensino superior não definem nada, okay?

— Mas ajuda muito.

— É óbvio, porra — ele disse — Só tô dizendo que do momento que tu botar seu pé para fora de Cherrygrove não deixa mais aquela megera te controlar, tá bom? Se não quiser fazer nada do que ela quer não haverá lei no mundo que te impeça de ser quem você é.

Talvez era o que Ren precisava ouvir, mas não era fácil. Ele era filho de uma das figuras mais influentes na cidade de Cherrygrove e dificilmente seria desvinculado de Sylvia Rizal tão facilmente, todos já achavam estranho ele ter o cabelo colorido de fúcsia e gostar do estilo mais emocore além de tocar uma guitarra e carregá-la para baixo e para cima. Saber que sempre seria atrelado à figura de sua mãe faria para sempre ele ser vinculado a ela, quer queira ou não. Era inevitável.

— Bem, agora se não se importa eu queria prestar atenção no noticiário, parece que algo aconteceu em New Bark ontem.

Ele virou-se para a televisão e viu que o telejornal Bom Dia, Johto já estava passando, eram cerca de 05h45 da manhã. Os âncoras vestiam-se sérios e olhavam para a câmera (e para o telespectador) sisudos, rijos em seus ternos de corte de alfaiate.

Crime assola a cidade de New Bark — disse a âncora feminina — Na tarde de ontem, o laboratório de pesquisas do renomado cientista Augustus Gabriel Elm foi roubado, tendo um dos Pokémon iniciais, Chikorita, sido levado por um ladrão cuja identidade é desconhecida até então. As câmeras de segurança do local foram completamente destruídas, sendo praticamente impossível algum registro do meliante, mas de acordo com testemunhas visuais o responsável pelo crime foi um garoto por volta de seus dezesseis ou dezessete anos com longos cabelos ruivos e usando uma jaqueta de motoqueiros.

Um retrato feito porcamente por uma inteligência artificial de um garoto de cabelos vermelhos apareceu na tela ao lado da âncora.

A polícia local acredita que o jovem em questão é parte de alguma quadrilha ou grupo de crime organizado os quais têm crescido exponencialmente em Johto e principalmente em Kanto após o fim da Equipe Rocket — continuou o âncora masculina — Toda cautela é devida a treinadores que estão na estrada e em Centros Pokémon locais. Por falta de uma investigação mais ampla e de imagens de câmera, qualquer informação a respeito deste criminoso deve ser informada à Delegacia de New Bark no número abaixo. Uma busca estará sendo feita nas redondezas.

Um ladrão de Pokémon a solta. Ele arregalou os olhos, como uma coisa dessas acontecia assim e ainda mais em New Bark onde não tinha crimes fazia mais de vinte anos? Era de se assustar ver que do nada o laboratório do Professor Elm havia sido roubado e um de seus Pokémon foram levados.

Ele firmemente agarrou a coleira de seu Houndour e engoliu em seco.

— Caralho, mano — comentou Viktor. — Se esse cara resolve roubar Pokémon de vocês na estrada, os dois tão fodidos, tomem cuidado, viu?

— Pode deixar — ele disse, passando a mão nos pelos escuros do cão que continuava a comer despreocupado o seu biscoito — Eu vou… vou tomar cuidado.




Lyra

Cherrygrove, Johto

Quarta-feira, 27 de abril


Até onde a vista alcançava dava para ver cerejeiras em flor. A cidade era tingida em matizes de branco e rosado até o limite da costa de Cherrygrove. Enquanto em New Bark as árvores estavam começando a perder as flores e começavam a encher-se de folhas e lentamente dar frutos que seriam colhidos apenas no verão, em Cherrygrove elas eram abundantes e pareciam sempiternas ali nos galhos.

Lyra sempre vinha a Cherrygrove, mas todas as vezes era de carona com seu pai ou para passar o final de semana na casa da tia de Harper, agora ela estava por conta própria. Olhar para as colinas da cidade pela primeira vez sozinha era, de certo modo, excitante, assim como o céu cheio de nuvens por onde Pokémon pássaro e alguns Butterfree voavam logo cedo junto de grupos de Hoppip e Skiploom. Ao longe também era possível ver um balão de ar quente preto flutuando.

A garota adentrou a cidade e caminhou ao lado de seu Totodile que preferiu ficar fora da Pokébola e acompanhar sua treinadora. A primeira coisa que ela fez quando chegou à cidade foi procurar o Centro Pokémon, pelo que ela sabia se tratava de um prédio de telhado avermelhado então não seria difícil de encontrá-lo ou ao menos ela assim pensava já que havia se perdido graças à combinação de uma falta total de percepção de espaço somado ao seu PokéGear estar sem carga, fazendo dela incapaz de se navegar usando o aplicativo de mapa.

— Está perdida, garotinha? — disse uma voz mais velha.

Lyra, que havia parado e sentado no meio-fio em uma esquina levantou a cabeça e viu de quem era a voz. Ela pertencia à um senhor de idade avançada que apesar das manchas hepáticas, cabelos esbranquiçados e finos e as rugas aparentes não demonstrava nenhum cansaço que advinha com a sua idade, ele parecia que havia tomado latas e mais latas de energético Red Tauros uma vez que também estava fazendo jogging pela vizinhança pela sua escolha de roupas aparente: uma camisa verde de tecido fino, bermudas, uma pochete e tênis esportivos.

— Eu… — ela travou, Lyra não era a melhor das pessoas para conversar com estranhos na rua assim tão repentinamente — Eu estava a caminho do Centro Pokémon e acabei me perdendo.

— Se perdeu, é? — ele repetiu. — Bem, eu posso te ajudar chegar até lá, senhorita. Eu conheço tudo nesta cidade. Me acompanhe.

E dando o primeiro passo de largada o senhor de idade andou apressadamente à frente de Lyra que franzia as sobrancelhas em questionamento, mas seguindo-o junto de Totodile que parecia animado com a ideia.

— Todos por aqui costumam me chamar de Sr. Gentil — disse o senhor de idade avançada, apresentando-se conforme eles andavam pelas ruas de Cherrygrove — Eu costumava ser guia turístico aqui em Cherrygrove anos e anos atrás, guiava excursões turísticas durante a alta temporada.

Para um homem que era anos mais velho que a avó da garota, ele era bastante pró-ativo e enérgico, com passos rápidos o bastante que dificultava Lyra de acompanhá-lo. Sr. Gentil parecia que estava pronto para correr uma maratona a qualquer instante.

— Legal — ela comentou.

— O turismo aqui em Cherrygrove andou diminuindo um bocado de uns anos para cá — ele disse — Mas com treinadores indo e vindo a cidade acaba tendo algum propósito em suas jornadas. Não temos ginásio, mas a cidade tem bastante a oferecer.

— Tipo o quê?

— A culinária de Cherrygrove é bastante rica — ele comentou — O melhor sakura mochi que você vai achar em toda Johto é aqui. — disse com orgulho — É uma especialidade local! Também temos uma feirinha todos os sábados que vende produtos feitos pelos habitantes locais e de New Bark e neste final de semana teremos um concurso aqui na nossa cidade!

Verdade, iria ter um concurso em alguns dias em Cherrygrove. Aleks, o idol que ela tanto gostava iria competir naquele fim de semana, ela precisava ficar na cidade para vê-lo, não era sempre que a sua celebridade favorita apareceria na cidade onde você estava, era uma chance em um milhão.

O-hoho, me parece que despertei seu interesse, hein, garotinha — ele deu uma gargalhada. — Gosta de concursos, é? Soube que é bem popular entre os jovens da sua idade. Minha netinha ama ver na TV.

— Eu gosto de concursos, mas eu não tenho o maior interesse em participar deles — explicou Lyra. — Não gosto muito de aparecer, de ser o centro das atenções, sabe?

O-hoho — ele riu — Entendo completamente, então está saindo em jornada para fazer o quê, minha jovem?

— Quero enfrentar ginásios, vencer a Liga — ela disse em resposta.

— Muitos jovens querem isso — respondeu o senhor de idade. — Acho que desde que aquele garoto Red venceu anos atrás não vemos um campeão tão jovem, muitos meninos foram inspirados por ele, mas sabe de uma coisa? Nunca conheci uma menina que quis ser como ele.

Lyra não disse nada. Ela realmente não conhecia muitas garotas que queriam ser como Red. Ela sabia de garotas que o viam como o crush ideal, fazendo quizzes do Bug Buzzfeed ou da revista Captivate, mas quererem ser como ele era outra história. Algumas garotas que arriscavam a sair em jornada e enfrentar a Liga talvez se espalhassem em Elaine ou em Blue, meninas que tinham dado o que falar nos últimos três anos, mas que em comparação a Red eram ofuscadas e bem, ninguém sabia de seus paradeiros atualmente tal qual o de Red que era mais misterioso ainda.

— O Red é legal — ela comentou. — Mas eu prefiro o Green Carvalho.

— Ah, o neto do professor — disse o Sr. Gentil — Soube que ele está ocupando a vaga como líder de ginásio em Viridian, ele ocupou bem o posto do antigo líder.

— É… — a garota não sabia muito o que dizer, ela apenas sabia que o líder posterior a Green em Viridian era Giovanni, um criminoso internacionalmente procurado, então qualquer um poderia ser melhor que ele — E quanto aos líderes de Johto?

— Bem, são oito, como em toda região, ha-ha — ele gargalhou. — Mas são bons líderes ao que sei a respeito. Sei que Violet, a cidade vizinha, tem um ginásio, pretende ir para lá?

Ela não respondeu, apenas acenou com a cabeça.

— Pretendo ficar na cidade uns dias antes de ir para lá, mas pretendo sim — ela disse.

— Bom, isso é bom — ele assentiu. — Bem acho que estamos chegando ao seu destino, senhorita. O Centro é logo ali, dê um oi à enfermeira para mim.

Sr. Gentil parou em frente a um grande prédio com um telhado vermelho com um símbolo de uma Pokébola bem em sua frente e os dizeres CENTRO POKÉMON em letras brancas bem rente.

— Muito obrigada, Sr. Gentil — ela agradeceu ao senhor.

— Pode me chamar de Sr. Takasaki, garotinha — ele disse em resposta — Takasaki Hiroshi. E sou eu quem agradeço, a sua companhia foi bastante animadora. Aqui, tome isso, talvez possa vir a ser útil na sua jornada.

De sua pochete o gentil senhor retirou um objeto, algo parecido com uma lupa. A haste era vermelha e apresentava certos relevos na base enquanto a lente era envolta por um aro hexagonal branco. Lyra estranhou o por que do senhor entrega-la uma lupa de todas as coisas que poderia dar a garota.



— É uma Wide Lens — explicou o velhinho — Ela aumentará a precisão dos golpes dos seus Pokémon em 10%, pode ser muito útil em uma batalha decisiva.

— Isso é… é legal — ela disse olhando para o objeto nas mãos do homem.

Antes que o senhorzinho entregasse a Wide Lens, o Totodile de Lyra, veloz, saltou e pegou a lupa segurando-a firme em sua mão, saltitando enquanto brincava com o item, olhando através da lente como um detetive em um filme.

— Vejo que o rapazinho aí gostou, o-hoho — riu Takasaki Hiroshi — Bem, nos despedimos então, garotinha. Espero que aproveite bem a sua jornada.

— Hã, okay… muito obrigada, Senhor Gentil.

O senhor acenou e partiu, Lyra então junto de seu Totodile adentrou o Centro Pokémon. Ela tinha de fazer um check-up em seu Pokémon e registrar-se para conseguir um quarto, talvez depois disso ela saisse um pouco para explorar Cherrygrove, mas por agora ela queria apenas descansar um pouco.


Silver

Rota 29, Johto

Quarta-feira, 27 de abril


Havia um grande alvo em suas costas agora. Seu rosto estava nos noticiários. Ao menos, um retrato falado do seu rosto estava e o retrato nem era tão bom assim, parecia que a polícia local de New Bark não tinha um ilustrador que se prezava ao trabalho e havia resolvido usar de um gerador de imagens de inteligência artificial o que deixou o retrato falado horroroso e risível.

Silver viu aquilo e gargalhou, não era possível que mesmo com inúmeras testemunhas visuais na cena de seu crime eles ainda haviam feito o favor de ajudá-lo a sair mais impune ainda já que o retrato falado não era nadinha igual a ele. Infelizmente os gêmeos já tinham sacado o que o ruivo havia feito quando eles tinham parado para tomar café da manhã em um posto de gasolina à beira da estrada entre as rotas 29 e Cherrygrove.

O olhar de Kousei, o garoto, para Dante era de puro asco, como se algo podre impregnasse no ar tal qual miasma. Ele franziu o nariz e ficou assim por um bom tempo durante a refeição matinal do grupo, enquanto Tomoki apenas olhou cabisbaixa para seu prato pensando que havia feito quando confiara nele.

Quando saíram daquela parada de beira de estrada, o trio caminhou emudecido até onde uma curva reta da Rota 29 encontrava os limites do município de Cherrygrove. Tomoki olhou para Dante e pigarreou:

— Por que você roubou um Pokémon?

— Tive minhas razões — ele comenta — Por que fugiu de casa, doçura?

Ela engoliu em seco.

— Cara, eu já disse que não quero ser conivente com seus crimes — disse Kousei em voz alta.

— E quem disse que você vai? — indagou Silver — Eu sei o que fiz e eu não me arrependo. Eu precisava de um Pokémon e o cientista ocorreu de ter um dando sopa. Agora tenho dois e ninguém vai me fazer devolver nem um e nem o outro. Aliás, cadê o Pokémon de vocês?

Os irmãos ficaram quietos por alguns meros instantes. Era o que ele pensava, nenhum dos dois tinha um Pokémon sequer consigo, eles haviam vindo de sei lá aonde até New Bark e sem nenhum monstrinho consigo, até ele sabia que era estupidez e tinha trago o Sneasel de Annie por via das dúvidas. Aventurar-se pelas rotas sem nenhum Pokémon era burrice, uma hora ou outra você acabaria sendo atacado, os gêmeos só tiveram bastante sorte de não terem virado picadinho por algum Ursaring, pisoteados por um Donphan enraivecido ou mesmo estrangulados por um Arbok.

— Certo, se vão andar comigo é melhor terem um Pokémon — ele disse — Não vão conseguir salvar o irmão de vocês sem um com vocês e bem, eu não vou ser o salvador de vocês o tempo todo, me ouviram?

— Se quer que tenhamos um Pokémon então nos ensine a capturar — disse Tomoki, os olhos grandes e áureos ainda carregados de certa ingenuidade infantil, como se ela esperasse alguma coisa boa vinda dele àquela altura — Mas sem roubar, tá bom?

— Irmã! — Kousei protestou — Já estamos nos arriscando demais andando com você, Silver. Sério, você poderia ter entrado naquele laboratório e escolhido você mesmo, sabia?

— Mas não fiz — contra argumentou — Eu não quis escolher. Iria me render perguntas desnecessárias e eu precisava do Pokémon e da Pokédex, de um deles eu consegui ao menos. A Pokédex, bem…

Ele deu de ombros. A Pokédex nem era lá tão importante para seu propósito assim, era só um meio para os fins que ele almejava.

— Tudo isso por uma vingança? — indagou Kousei, furor era audível em suas palavras.

Dante não quis responder. Apenas continuaram a andar.

— Eu vou fazer coisas das quais não vão achar corretas — ele disse — Se é para ter o que eu quero, eu não importo até onde a minha bússola moral vai, entendeu? Não preciso de dois caxias como vocês para dizer que o que eu faço é errado. Eu sei que é errado!

Os irmãos não responderam.

— Se quiserem voltar atrás na palavra de vocês e quiserem ir por que não querem se associar a um ladrão de Pokémon como eu, vão, a hora é agora — Dante continuou. — Eu sei dos meus pecados, sei o que estou fazendo e se não quiserem se associarem comigo é só dar meia-volta, mas se querem achar o irmão de vocês e evitarem serem sequestrados por Arceus sabe lá quem, venham comigo, sou a única escolha de vocês.

Tomoki mordeu o lábio inferior e cerrou os punhos. Kousei, por sua vez, não expressou-se, ele não olhava diretamente nos olhos de ninguém, só nos da sua gêmea. Ambos os irmãos viraram-se um para o outro e em um diálogo silencioso, ambos assentiram com a cabeça e viraram-se para Dante e disseram:

— Manteremos nosso lado do trato — disse Tomoki — Se vamos andar com você significa que vamos estar andando com um ladrão e…

— Que vamos ser cúmplices e coniventes ao que você faz… — continuou o irmão.

— É melhor que continuemos — completou a irmã. — Não conhecemos muito do mundo aqui fora e seria melhor se tivéssemos uma pessoa com mais… conhecimento. Mas primeiro, se quer que andemos com você, nos ajude a capturar Pokémon.

— Tá bom, tá bom, eu vou ser o tutor de captura dos dois, ugh — ele bufou em frustração. — Os sopés da Rota 46 não são distantes daqui, dá para acamparmos e eu posso ensiná-los uma coisa ou outra sobre captura antes de prosseguirmos viagem direto para Violet se formos pela autoestrada.

— Não vamos parar em Cherrygrove? — indagou um dos gêmeos — A cidade, tipo, está logo ali.

Ele apontou mais baixo na estrada de terra poeirenta. A cidade de Cherrygrove era uma vista de tirar o fôlego com aquelas cerejeiras rosadas e o mar em seus tons azulados contornando a cidade e seu litoral esbranquiçado.

— É uma cidade pequena e estarão me procurando por ali — ele disse para Kousei. — Em Violet, as buscas da polícia serão menores, mas não zero, mas nos dará tempo propício para podermos fazer as buscas mais sobre o que aconteceu com seu irmão. Foi em Violet que vocês pararam primeiro, né?

— Depois que escapamos dos nossos captores? Sim — respondeu Kousei.

— Corremos da Rota 36 até Violet quando fugimos do carro — explicou Tomoki.

— Perfeito, podemos investigar a partir dali — ele disse — E eu aproveito para desafiar o ginásio. Uma mão lava a outra e as duas lavam os pés. O que acham?

Kousei franziu a cara.

— Eu não vou lavar seus pés — ele disse levando a expressão ao pé da letra — Mas se é em Violet que vamos ir, quanto mais cedo formos melhor.

— Você captou a mensagem — ele disse — Venham, se eu não me engano a serra da Rota 46 começa naquela direção.


Chadwick

Céus acima de Cherrygrove, Johto

Quarta-feira, 27 de abril


O garoto estava sendo procurado pela polícia. Arceus sagrado, Ariana não ia gostar nada disso, mas não ia mesmo. Se as pessoas descobrissem que o ladrão adolescente que havia furtado um dos iniciais do Professor Elm era também filho de Giovanni e ligassem ele ao covil em Mahogany toda a organização estaria fodida. Chadwick engoliu em seco, a Equipe Rocket não podia fracassar desta vez. Eles não podiam se dar a este luxo depois do que havia acontecido três anos atrás em Kanto na cidade de Saffron.

O balão sobrevoava a cidade rósea, ele e sua parceira estavam fazendo uma varredura pelos Centro Pokémon, pousadas e cybercafés, hostels e chalés, assim como outras paradas populares para treinadores buscando por Dante, mas sem sucesso, já era quarta-feira, o prazo de Ariana só diminuía. Ele sentia o sangue gelar nas veias só de imaginar o que poderia acontecer com ele ou com Cassie caso falhassem naquela missão, mas agora que tinham ao menos informações sobre o paradeiro do garoto seria mais fácil rastreá-lo e saber seus passos. Seu pequeno roubo e o retrato falho da polícia local havia dado uma nova luz a ele e Cassie sobre o que quer que estivesse tramando.

— Mas por que ele roubaria um Chikorita? — perguntou Cassie enquanto mascava um chiclete enquanto debruçava-se na amurada da cesta do balão. — Alguma hipótese, quatro-olhos?

Ela virou-se para o terceiro integrante que estava com eles no balão, um garoto franzino de cabelos cor de berinjela e bagunçados que usava um par de óculos de lentes grossas. Diferente dos dois grunts da Equipe Rocket ele não usava o uniforme branco com o grande R vermelho estampado na frente, mas um jaleco largo e esfarrapado de cientista sobre um coletinho de lã verde e uma camisa social que em nada combinava com os jeans rasgados que ele usava ou os tênis converse. Aquele era Langley, um dos garotos que trabalhava sob a tutela da Doutora Veronika, a cientista chefe da atual composição da Equipe Rocket e que havia seguido Cassie e Chadwick até o balão de ar quente quando soube que Dante havia fugido do QG uma vez que o mini-cientista louco era colega de corredor do ruivo.

No bolso do jaleco Langley tinha canetas e um bloquinho de papel, além de uma máquina estranha que ele mesmo havia projetado, em seus ombros um Ditto sentava-se, seu corpo gelatinoso e gosmento reluzindo à luz do sol que subia aos céus. Nas mãos ele olhava para um tablet por onde olhava as notícias sobre o roubo assim como um mapa de Cherrygrove em busca de triangular a posição de Dante ou algo do tipo. Era mais complicado, Chadwick não queria interrogar o geniozinho maluco.

— Bem… — ele começou a falar, ajeitando seus óculos para não caírem da ponte do nariz, sua vozinha era irritante e estridente, falha, como unhas arranhando um quadro — Os dados das últimas notícias e do banco de dados da polícia de New Bark, assim como o boletim registrado nas últimas vinte e quatro horas indicam que ele está na localidade, talvez ele quisesse roubar os outros Pokémon do professor, mas foi pego antes e… — ele fungou e ajeitou os óculos de novo — Bem, talvez queira se vingar contra a organização, se tornar forte, sabe?

— E como pode saber tanto disso, capitão óbvio? — indagou Chadwick.

— Eu dividi o quarto com ele por alguns meses antes de ele me expulsar e me mandar para outro dormitório no corredor no ano passado — ele respondeu. — Ele sempre me pareceu… Sei lá, convicto a querer algo. Ele treinava à noite no quarto quando todos já dormiam e eu já vi ele zanzando pelo QG fazendo algo em um dos laboratórios… Acho que ele quer tomar o lugar do Sr. Archer…

— Parece uma coisa que eu faria se eu fosse filha de Giovanni, afinal ele é o herdeiro do velho, né? — disse Cassie após estourar uma bolha de chiclete. — Se um maluco usurpa o lugar de chefão do meu pai, que era meu por direito, eu iria me voltar contra o cara e pow, eu assumiria como novo líder.

— Me parece… Complicado demais — diz Chadwick observando para além das cerejeiras em Cherrygrove. — Não vou riscar essa hipótese, mas ele faria isso de dentro para fora, não fugiria. Fora que ninguém vê Archer faz meses, Dante teria agido quando ele estivesse presente no QG, sabe? — ele suspirou. — Fora que ele não se daria ao trabalho de vir a New Bark de todos os lugares para roubar um mísero Pokémon e ainda arriscar ser pego pela polícia. O que quer que esse pirralho tenha pensado acho que está além do nosso alcance.

— Em todo caso, se eu rastrear o GPS das viaturas policiais em New Bark e Cherrygrove e a frequência de rádio deles, acho que conseguirei triangular a exata localização de Dante — disse Langley — Vamos conseguir levá-lo de volta para o quartel-general antes que ele diga à polícia qualquer coisa. Vapt-vupt!

— Que assim seja! — disse Cassie — Viajar de balão de ar quente é um horror. Quem é que teve essa ideia de Slowpoke, hein?

Quem é que teve essa ideia de Slowpoke, hein? — Chadwick arremedou a voz de Cassie — Foi você, sua maluca. Você queria imitar os agentes de baixo escalão e pegou um dos balões no galpão. Teve sorte que esse não tem um puta R estamapado entregando que somos da Equipe Rocket ou a forma de um Meowth.

— Um balão em forma de Meowth? — indagou Langley. — Isso sim seria chamativo. Quem voaria por aí em um balão em forma de Meowth?

— Meia-noite eu te conto — falou Chadwick jocoso — Falar em balão, que tal descermos essa gracinha aqui e fazermos uma busca por terra, hã? Eu estou cansado de ficar flutuando à deriva atrás desse pirralho.

— Talvez a gente possa parar e comer alguma coisinha também, não é? — sugere Cassie. — A polícia está atrás do garoto, não é como se ele fosse muito longe.

— Você está certa — disse o grunt — A polícia está atrás dele, ele não pode ir muito longe e não haverá onde ele possa se esconder. Langley, você acha que com seu mapeamento ficará mais fácil de encontrá-lo?

O projeto de cientista maluco em miniatura ajustou os óculos e fungou, ele deslizou os dedos pela tela do tablet e mostrou a Chadwick e Cassie um mapa amplo das proximidades de New Bark e Cherrygrove assim como a rota das viaturas policiais e um registro de chamadas e sistemas de câmeras nas ruas mais movimentadas de ambas as cidades o que deixou o grunt embasbacado.

— Pelo meus cálculos se ele quiser realmente passar despercebido por Cherrygrove ele precisará passar por fora da cidade por rotas não-mapeadas e pela auto-estrada ao invés de rotas comuns — disse o cientista — Então presumo que há 86% de chances de ele estar passando pelas montanhas pela Rota 46 fazendo um desvio até a Rota 30 e depois para a 31 sem ao menos pisar em Cherrygrove o que atrasaria o percurso dele, seja lá qual for, em quatro dias até Violet, se é que ele está indo para lá.

— Ou seja, ainda dá tempo de pegar o pirralho e voltar para o QG? — indagou Cassie.

— Sim — respondeu — Dante estará em nossas mãos antes que você possa dizer o alfabeto inteiro de trás para frente.

— Certo, então faremos uma pausa por agora — disse Chadwick puxando uma corda diminuindo a chama no queimador do balão fazendo com que gradualmente descesse. — Pousaremos o balão naquele matagal e procuraremos mais informações depois de uma pausa. Temos até domingo para levá-lo de volta para Mahogany.




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  1. Cara, eu ainda tô pasmo que aquela cena do Ren no rio era só um treinamento. Pela cara que a mãe dele tava fazendo eu realmente pensei que fosse um flashback de uma tentativa de assassinato kkkkkkkkkkkk Que mulher doida é essa, mano?

    É sempre uma sensação muito boa ver esse pedacinho inicial da história onde as coisas estão se ajeitando para o início das jornadas. Dá aquele ânimo de ver todo mundo pronto para ir em busca de seus objetivos.

    Eu realmente não esperava essa referência do Guide Gent kkkkkkkk Acho, inclusive, que nunca o vi em uma fic de Johto antes. E cara, você conseguiu encaixá-lo com muita naturalidade na história. Sério, não ficou aquela interação repentina que nem nos jogos, foi muito bem pensado tirar proveito do senso de localização bosta da Lyra kkkkkkkk

    Eu achei engraçado como a Tomoki e o Kousei ficaram estarrecidos ao saber que o Silver roubou um Pokémon. Digo, eu teria ficado aliviado. Da maneira que ele se apresentou pros dois anteriormente eu teria pensado que ele, sei lá... Matou alguém? Ou coisa pior.

    Quando a Lyra viu o balão preto em Cherrygrove eu já saquei na hora que era a Team Rocket kkkkkkkk Sério, não tem como. Pra desespero do Chadwick, não foi necessário o puta R vermelho pra eu desconfiar. Mas tenho que dar o braço a torcer, esses aí não parecem ser tão incompetentes. Ou talvez sejam, já que sem o Langley é quem matou a charada do paradeiro do Silver. Vai, fala dos nerdolas fedidos!

    Até a próxima! õ/

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    1. Doida é pouco pra mãe do Ren, ela é uma pessoa dura, de lua, sempre se contradizendo, então não espere muita coisa boa vinda dela, na cabeça dela ela acha que está fazendo o certo, mas só na cabeça dela.
      Hei de concordar, o comecinho da história, as coisas começando a se estabelecer, muito bom ter a jornada nessa começo antes da coisa toda explodir, ver como os personagens estão descobrindo aos poucos o que querem para as suas vidas.
      O Guide Gent foi um personagem inesperado, mas que eu senti que precisava pôr, mais pelo ar da graça e por que eu precisava de uma cena da Lyra se perdendo, já que é a primeira vez dela sozinha numa cidade, afinal, a gente tem que ter ciência que as cidades não seriam apenas quatro casas, um Centro Pokémon e um Mart como nos jogos, seriam mais coisas e bem, como eu sou propenso a me perder facilmente quando estou em um lugar que não conheço bem, a Lyra acaba puxando isso de mim de certo modo.
      O choque de realidade, os dois foram criados com uma colher de prata na boca, então ver que o Silver roubou um Pokémon chocou eles um bocado, mas eu também não desconfiaria de que ele já matou alguém, dado que os gêmeos não sabem absolutamente nada sobre o sujeito.
      O balão preto foi um foreshadowing legal, eu já esperava que seria óbvio, por que só a Equipe Rocket usaria um balão de ar quente preto para viajar por aí. O nosso trio Rocket, se não fosse o nerdola do Langley, nunca que iria saber do paradeiro do Silver, mas eu seguraria um pouquinho antes de chamar eles de incompetentes, ainda há muito para acontecer e eles ainda nem cumpriram sua parte da missão.

      Bem, é isso, no próximo capítulo nos vemos

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